sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Musica é difícil


Perdido em algum canto da minha mente eu tenho certeza que existe um dom musical esperando para ser descoberto. Seria capaz alguém gostar tanto de uma coisa e mesmo assim não ter aptidão nenhuma para essa mesma coisa. Será possível viver a beira da sociedade, recitando cantigas destroçadas de sua própria criação em tons monossilábicos que não admite desafino? Será possível odiar aqueles que você escolheu para ter do seu lado. Escolhas feitas com tanto esmero e carinho que agora parecem tão vazias. Você vive sem ela?

Entrou no quarto como quem não queria nada. O olhar distante e as mãos geladas não deixavam mentir, no entanto. Ele estava lá por um bom motivo. Qual era o motivo? Dane-se se eu sei. Só sei que estava lá e que tinha um motivo. Sentou-se rapidamente na cama e tirou os sapatos. Movimentos lentos e metódicos como quem espera que alguma coisa lhe traga de volta a realidade. Primeiro jogou os sapatos para longe, direito e esquerdo. Depois jogou as meias para longe, direita e esquerda. Olhou para o teto e espremeu os olhos até que os mesmos se fechassem. Movimento continuo, abriu-os, respirou fundo e se deitou. As lagrimas não demoraram a correr, sem soluço nem palpitação. Lagrimas que escorriam como se estivessem em seda pura, fazendo traçados por entre as imperfeições microscópicas do seu rosto. Colocou o braço no rosto a fim de se esconder de si mesmo, mergulhar na escuridão e desaparecer por completo. Não conseguiu. Dois minutos, um minuto, dez minutos. Tentou contar a própria respiração sem sucesso e de repente se levantou. Deu um pulo tão repentino e tão desajeitado que quase caiu para o lado. Tirou a camisa e nu da cintura para cima foi tomar banho. Esqueceu de tirar a calça quando entrou no box. De súbito notou e então retirou-a ali mesmo. Primeiro a perna direita depois a esquerda. Jogou-a por cima da proteção e fez o mesmo com a cueca. Nu, totalmente vulnerável ainda com as lagrimas secas a assombrar-lhe ligou o chuveiro. A água caiu em suas costas como se fosse um presente dos deuses. Um elixir para sua alma. Um balsamo a sua inquietude. Se banhou por uma eternidade de 10 minutos e quando terminou sentou de toalha em uma cadeira ao lado da janela que dava para uma vista empobrecida da rua, transversal a cama. Lá, sentado, somente de toalha, começou a observar o movimento noturno daquela pacata ruazinha. Nada demais, algumas mulheres e homens voltando de trabalhos honestos, alguns vagabundos sem más intenções passando... Bêbados... Moradores de rua. Cansou do não extraordinário e jogou a toalha na cadeira. Ela caiu no chão, ele fingiu que não tinha visto. Deitou-se nu e se cobriu. As lagrimas não faziam mais sentido. Não tinha dormido mas sabia que o pesadelo mal tinha começado.

sábado, 7 de junho de 2014

Bill Evans


Kids On The Slope cativa pela qualidade. Com gente de pedigree por trás, o anime mostra todas as credenciais de uma obra feita com carinho. Se a historia não chega a ter a mesma qualidade da trilha sonora, pelo menos entretém graças as suas personagens criveis (coisa que é mais rara do que deveria nas obras de animação). Sincera, bem produzida e charmosa.

Recomendado: nota 4/5


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Culpa é do John Green

Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrinseca
Ano: 2012
Páginas: 288
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Sobre Erros...

Esse livro me foi recomendado quase de sacanagem. Não por causa da qualidade do mesmo mas porque a pessoa que o recomendou já tinha-o indicado e a minha reação à sinopse improvisada não só foi negativa como um pouco estoica. Pouco tempo depois eu peço uma indicação de leitura a essa mesma pessoa e ela me indica esse livro novamente. Como minha memória não é das melhores eu não reconheço o título, não leio sinopse nenhuma, acabo indo atrás, adquirindo e lendo em uma noite e meia. As vezes é muito bom estar errado. 

A protagonista dessa história é Hazel Grace, menina de mente afiada cujo intelecto representa uma qualidade e um problema em sua vida. Por um lado, ela é adepta da leitura constante, o que a faz ser muito sagaz, perceptiva e irônica. Ela consegue ver o mundo através de uma perspectiva realista (quiça pessimista) sem nunca perder o bom humor e sem deixar-se levar pelos estapafúrdios conceitos absolutos que alimentamos no nosso dia-a-dia. Por outro, ela é reclusa, demasiadamente focada em um assunto em particular e desnecessariamente críticas daqueles ao seu redor. Ah, ela tem câncer terminal no pulmão. 

Pois é, interessante não? Normalmente a sinopse vai tentar lhe vender a historia do câncer primeiro e não lhe engano, ele é uma parte muito importante no livro. Mas ele não é O livro e, diferentemente do que a narradora vender no começo, ele não é o ponto central dessa historia. Apesar dele ser A historia da historia? U' feel me, bro? O livro é, como todo bom romance, sobre as personagens, como elas interagem entre si, como o mundo ao redor é construído e como as personalidades vão se adaptando a novas situações, pessoas e lugares. Hazel Grace tem câncer mas ela não é o câncer. 

Dito isso, esse livro é sobre câncer. Doh'! Mas é mais do que isso. Sinto que estou me repetindo por insegurança no meu argumento. Oh, well...

Sobre Detalhes...

A narrativa se mistura a discursos, "falas adolescentes" e avaliações filosóficas sobre o que diretamente atinge as personagens. Isso, as vezes, cria um contraste um pouco estranho entre a personalidade adolescente sendo retratada e o nível de intelectualidade em retóricas notadamente planejadas e bem articulas. Quando o autor se vê sendo demasiadamente adulto na caracterização de uma conversa adolescente (como quando "eles" filosofam sobre o significado metafísico de uma metáfora) ele coloca um "tipo" no meio da frase ou insere uma imaturidade de tratamento entre os interlocutores (mas o "tipo" é a palavra controle preferida dele).

O que torna isso um pequeno detalhe é a ótima caracterização das personagens. Você compra, facilmente, a ideia que esses personagens teriam essas discussões porque o mundo e as iterações entre os indivíduos reforçam sempre donde elas (as discussões) nascem e mais ou menos aonde elas irão acabar. Se os adolescentes fossem um receptáculo de sabedoria o leitor ficaria fadigado com a inveracidade das ações e dos diálogos mas o autor mantem um balanço razoável entre o conhecimento que é parte da personalidade de cada um e os ideais que ele insere usando suas personagens. Um balanço que alguns escritores (bons escritores, até) parecem nunca atingirem (ou não fazerem o mínimo esforço para atingir) tornando as suas personagens meros evangelizadores regurgitando uma teoria ou um ponto de vista do próprio autor (estou olhando para vocês livros espíritas e Paulo Coelho).

Sobre Infinitos...

Como um todo a historia é interessantíssima. Não só porque, no meu limitado conhecimento literário, foi imprevisível em alguns momentos como também pela ressonância sentimental que seus temas possuem. Agora que planejam um filme eu consigo pensar em N maneiras de estragarem uma narrativa tocante, simples e poderosa para aqueles que se dispuserem a embarcar em um mundo íntimo e cruel mas nunca derrotista. Nunca pequeno de coração. 

Uma leitura agradável e uma historia cheia de sentimentos. Um infinito maior que muitos outros por ai. Recomendado.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Don't You Evah


Errático e desconsertado La Fleur passa pelos quartos contíguos ao seu como um furacão. Seu corpo fica levemente dormente enquanto seu cérebro percorre todos os pensamentos que já possuiu e mais alguma coisa. Os movimentos são quase que involuntários embora estranhamente precisos. Seu ponto de chegada, o quarto de Maria Lúcia, agora de frente não só revolucionava seu estado, mas trazia consigo a inquietação que apenas os corações apaixonados experimentam.

"Será o efeito da droga?" - Perguntou a si mesmo, em voz alta, no corredor do hotel.

Bateu na porta e o tempo parou por alguns anos. Alguns longos e tediosos anos. Maria Lúcia atendeu.
Le Fleur olhou-a com admiração digna. A cacofonia de seu olhar não demorou a chegar a Maria Lúcia que com um sorriso meio escondido questionou:

"Drogado? Suas pupilas vão contratar um padre para saírem do armário a qualquer minuto".

O comentário, obviamente, passou como se nada fosse por Le Fleur que agora observava o roupão de cetim, as curvas belamente delineadas e a boca sedosa que se apresentava. Pensou em desistir na mesma hora que a agarrou pelo braço e beijou-a sem pudor. Pensou em voltar para o quarto e tomar um banho frio na mesma hora que rasgou o belo roupão e no mesmo movimento tirou sua camisa. Maria Lúcia, agora ofegante e com um olhar decidido o jogou na cama antes que o mesmo conseguisse tropeçar no seu próprio ímpeto. Ela terminou de tirar o próprio roupão daquele jeito sensual que só uma mulher consegue. Le Fleur, agora deitado de costas e observando o show olhava intensamente para os olhos de sua paixão. Lá estava ela, desnuda de corpo inteiro, sem pudor a esconder e Le Fleur só conseguia observar seus olhos. O misto de paixão, lascividade e amor que irradiavam deles tinha um efeito sedativo no cérebro do aventureiro. Quando ela ia deitar ele se levantou. Puxou-a para perto e olhando nos seus olhos disse a primeira coisa que lhe veio à mente:

"Você é minha."

Maria em gozo soltou um suspiro e revirou os olhos em um só movimento de puro prazer. Le Fleur, sinceramente, não irá lembrar-se de nada durante a manhã, mas Maria nunca irá esquecer os olhos cheios de lagrimas que transmitiam a maior verdade já dita por alguém durante toda a sua vida. Ela sabia que ele a desejava mais do que tudo,  por isso quando ele fugiu de fininho durante a manhã ela continuou a dormir. A paixão encontrara um alvo inconstante e teimoso porem, no fim, acabou ganhando a queda de braço. Le Fleur teria a maior dor de cabeça de sua vida. Maria sonhou com a mesma noite durante anos.

terça-feira, 26 de março de 2013

Rodeado por Rodán

É sempre no frio que se desdobram os sonhos. Com um chá quente a ilustre visita pondera sobre o que fazer: - "Será que lhe forneço sonhos suaves, sonhos esquecíveis e abrasivos?" - Indaga a si mesma, e continua: - "Posso pegar pesado, fazê-lo acordar no meio da noite, posso explorar suas incertezas e inseguranças..." - Permanece pensativa por uma eternidade e então decide! 

Eu fecho os olhos lentamente...

Vejo diversas cores que transitam sobre um céu anil. Será que flutuo ou padeço sobre o mar? Pareço segurar-me ao chão mas meus braços são leves, como se submerso eu estivesse. "Umi", penso. Porque no meu mundo eu falo outras linguás e entretenho outros pensamentos. As faculdades mentais não são rígidas e minhas preocupações irreais. Reflito, ao ser levado pelo mar que engloba uma fileira de coqueiros que, uma vez submersos, parecem mais em casa do que quando em terra: "Nenhuma preocupação é realmente real". Filosofo de maneira inconsequente e sem propósito nenhum. Até quando tento parecer "profundo" e "pensativo" para mim mesmo acabo em clichés que normalmente abomino. "Não se preocupe com isso", a voz conforta. E eu fecho meus olhos mais uma vez, dessa vez para olhar para as coisas que não consigo enxergar. Vejo pessoas. Ruas cheias delas. Cada uma é única. Cada uma representa uma história que eu não conheço, um livro que nunca irei ler e uma tragédia que nunca compreenderei. Quem são essas pessoas? Porque existem tantas delas? Como pode tudo ser tão único e relevante quando existe tantas coisas únicas e relevantes? "Uma olhou para mim, desvie o olhar". Eu não as conheço, eu não sinto afeição nenhuma por elas mas... Eu sinto que participamos do mesmo mundo. Não no sentido genérico, no literal mesmo. Elas estão aqui no mundo que as águas me trouxeram e eu tenho quase certeza que irão sumir quando eu abrir meus olhos. Com essa constatação eu consigo ficar triste e indiferente ao mesmo tempo. A indiferença é um sentimento animal que os humanos aprenderam a manipular. Veja bem, os animais são indiferentes quando não querem algo ou quando algo simplesmente vai contra a natureza deles. Os humanos conseguem se convencer a serem indiferentes. Seja porque eles repetem um mantra para si mesmos: "Eu sou assim, eu sou assim, eu sou assim..." ou porque uma situação é insuportável se não pela indiferença. De qualquer maneira, a indiferença é u... Ei! Para onde as pessoas foram? Eu estou sozinho, flutuando. Eu sou uma sombra no teto de um celeiro. Rodeado pelos meus pensamentos que ruminam por toda a fazenda. Cada vez mais altos, exigindo comida e cuidados. Quando eu me tornei uma sombra? Quando as pessoas me abandonaram? E por me perguntar demais eu acordo. Dessa vez, "de verdade". Eu olho para o céu estático, azul e sereno com um misto de tranquilidade e inquietação. As cores não são vivas, elas são deslumbrantes e por um momento eu me perco no meu descanso e destrato meu pensamento. A visão turva nunca poderá negar a beleza daquilo que não precisa ser assimilado, apenas sentido.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Always Connected 


Wikipedia diz:

Kokoro Connect (ココロコネクト Kokoro Konekuto?) is a Japanese light novel series written by Sadanatsu Anda, with illustrations by Shiromizakana. The first volume was published in January 2010, and nine volumes have been released by Enterbrain as of September 2012. A manga adaptation illustrated by Cuteg began serialization in October 2010. A 13-episode anime adaptation directed by Shinya Kawamo and produced by Silver Link aired in Japan between July and September 2012. Four additional episodes aired on December 30, 2012.

Então...

O anime compreende (acho) mais ou menos as primeiras 4 (quatro) light novels lançadas (significando uma abundancia de conteúdo [inclusive com personagens novos] ainda inexplorados) e, por si, podemos considerar quase como um arco fechado em relação ao que acontece para com as personagens e a posição em que cada um acaba ao final do último episódio.

É um anime com o traço super agradável, uma historia que começa interessante e passa pelos dilemas existenciais (que os japoneses tanto adoram) sem perder o seu charme ou sacrificar suas personagens no processo. Alguns episódios cheiram à redundância mas se você realmente gostou do começo da série ficará feliz em apenas passar mais uns minutos na companhia de alguns deles (mesmo que pareçam repetir o mesmo "crescimento" que pareceu resolvido no episódio passado).

Aliás,

A pouco tempo percebi que as coisas que mais me atraem nos animes/mangás são as personagens. Claro, a tônica das historias e os "hooks" tão característicos em qualquer forma de arte japonesa são sempre o que me incentivam a começar a assistir/ler mas em certo ponto todas as historias enfrentam uma bifurcação e decidem caminhar para um ponto em comum (normalmente representando alguma faceta do gênero em que a historia se enquadra). Depois desse ponto até o extraordinário parece existir somente para promover a iteração entre as personagens já que, dentro daquele universo, o extraordinário, quando se repete, vira lugar comum para o espectador (você começa a esperar que alguma coisa estranha aconteça). Dificilmente acha-se uma obra que subverta esse tipo de expectativa 

Fine by me

Não tenho o mínimo problema em assumir os clichês de um gênero se a historia em questão cria alguma forma de me manter interessado. Seja por causa de suas personagens, pelo local que se desenvolve ou pela narrativa o mais importante é comunicar ao espectador/leitor uma linguagem que não traia o universo em si. Existem reais avanços que um clichê pode prover a uma narrativa e a caracterização de personagens é um processo muito mais difícil do que normalmente se dá crédito. Mesmo que a "filosofia exagerada" dos colegiais japoneses (ahhh animes), pareça, em alguns pontos, exagerada, ela combina com os acontecimentos e não traem a historia.

Eu sei que eu falei "pouco" sobre o anime...

Mas é porque eu recomendo ele sem nenhuma reserva. Falar mais sobre as personagens/história seria um desserviço para quem lê esse texto. Vejam e depois fiquem putos por não saberem ler japonês para continuar a historia nas light novels. E se você sabe ler japonês... Espero que esteja feliz com isso... Exibido! Traduza-os para mim. Estou esperando.



Nota: 8 Golpes de Judô na cabeça.

domingo, 18 de março de 2012

Formula 1 (2012) - Grande Premio da Austrália

 
Começa o ano…

A primeira corrida da temporada é sempre o primeiro real teste dos carros. Não existe como confiar totalmente na pré-temporada e nos números criados, muitas vezes, em condições controladas. Há alguns anos a corrida oficial voltou a ter aquele tom de imprevisibilidade. No primeiro grande premio do ano, tanto o carro quanto o piloto são colocados no primeiro teste de verdade.

O que a Austrália prenuncia? E o que Button fez?

Começo de ano impressionante para a McLaren. Que, aparentemente, tem um carro superior à RBR, Williams e etc. Começo melhor ainda para Jenson Button que sabe poupar o carro (como ninguém) e acaba sempre tirando o melhor desempenho do mesmo. O piloto vai administrando a vantagem como se estivesse constantemente se poupando para uma eventual injeção de nitro dos adversários.

Quando a corrida começou e ele assumiu a ponta conseguiu colocar um ritmo impressionante e chegou a abrir 11+ segundos para o segundo colocado (em constante rotação durante a maior parte do premio da Austrália), depois da entrada do Safety Car (quando a corrida completou ¾ de sua duração), Jenson se viu obrigado a perder toda a vantagem que tinha conquistado até aquele momento da prova. No entanto, quando a corrida recomeçou, Sebastian Vettel (segundo colocado) se viu, no curso de duas voltas, atrás 3 segundos do piloto inglês. Tempos esse que Button parecia administrar com facilidade uma vez que cada melhor volta de seu adversário era respondida com uma melhor volta sua.

No fim...
Melhor volta da corrida: Jenson Button - 1min29s187

Brasileiros – terrível simetria, terrível... Destino?

Começo de prova, Bruno Senna é tocado. Felipe Massa é lento. Bruno Senna e Felipe Massa continuam lentos.

A situação que melhor demonstra a condição atual dos pilotos brasileiros dentro da Formula 1 é exatamente a mesma em que os pilotos se encontravam quando acabaram se batendo (que juntou ambos em gesto simbólico):

Felipe Massa e Bruno Senna, lá pelos idos da volta 48, disputavam entre si a 15º posição da corrida, quando Senna acabou batendo na lateral do carro de Massa, arrastando um pouco o carro da Ferrari e causando danos estruturais que tiraram quase imediatamente o piloto da Ferrari da corrida e que, algumas voltas depois, fizeram com que o piloto da Williams também saísse.

Enquanto o cenário do parágrafo acima se desdobrava, Fernando Alonso (companheiro de Felipe Massa na Ferrari) defendia a 5º colocação contra Pastor Maldonado (companheiro de Bruno Senna na Williams).

Assim a terrível simetria continua a assolar os brasileiros na Formula 1. Eles se entranham e muitas vezes o desempenho bom ou ruim acontece em conjunto.

Ainda mais se considerarmos que Felipe Massa começou a ficar realmente lento (independente do carro) depois de sofrer um acidente causado por uma mola que saiu do carro de Rubens Barrichelo. Barrichelo esse que perdeu sua vaga na Formula 1 em 2012 para Bruno Senna que tirou Felipe Massa da corrida da Austrália.

Resultado:
1) Jenson Button/McLaren
2) Sebastian Vettel/RBR (que fez ótima corrida e saiu no lucro)
3) Lewis Hamilton/ McLaren (mal começou o ano e parece já ter perdido espaço)
4) Mark Webber/RBR (o que tem de rápido tem de burocrático)
5) Fernando Alonso/Ferrari (ainda tem talento, ainda não tem carro)
6) Kamui Kobayashi/Sauber (o piloto mais faca nos dentes desse ano, com tons de genialidade)
7) Kimi Räikkönen/Lótus (o homem de gelo é um ótimo piloto, rest assured)
8) Sério Perez/Lótus (desempenho brilhante do mexicano)
9) Daniel Ricciardo/Toro Rosso (estreou pontuando e fazendo uma corrida interessante)
10) Paul di Resta/Force Índia (não prestei atenção, não sei o que dizer sobre).

Adendos

- Pastor Maldonado estava em 6º e cometeu um erro no trecho final de último volta... Acabou batendo, não pontuando e deixando alguns destroços que embolaram um pouco o resultado final (cof cof, Rosberg, cof cof). Fora isso teve uma corrida brilhante. Sério mesmo.

- Kobayashi erra, é verdade, mas ele vai no fio da navalha. É audacioso e um dos pilotos mais divertidos e excitantes de se ver. Seu carro samba, solta fumaça... Não deixa fácil pra ninguém.

- Muitas disputas, muitas ultrapassagens e tirando a disparidade dos carros da frente, toda a “galera do meio” parece mais do que competitiva nesse ano. Alguns com sérias condições de ficarem em posições ainda melhores no decorrer do ano.

- Vale destacar também a estréia do francês Jean-Éric Vergne. Domando o carro.

- Resultado completo: